Laboratórios Maker - O que devo saber sobre esta nova tendência.
Arquitetura

Laboratórios Maker são a última palavra no que se refere ao aprendizado de ciência e tecnologia no ambiente escolar em qualquer nível.

Acompanhar as mudanças no âmbito escolar e implementar propostas de ensino inovadoras, podem ser grandes desafios didáticos e estruturais.

Diretamente influenciada pela cultura “Do it yourself” (Faça você mesmo), os laboratórios makers estimulam os alunos a aprenderem fazendo, ou como dizem “colocando a mão na massa”.

Foto: Formlabs - BY CC 2.0

O modelo de educação onde o estudante apenas ouve o professor e copia o conteúdo, cada vez mais fica obsoleto. Para dinamizar a aula e ampliar as possibilidades de aquisição de conhecimento, algumas instituições de ensino vem implementando gradualmente esta metodologia em todo o Brasil.

Mas, para que isso se perpetue, é preciso levar em consideração toda uma reestruturação de estratégias que englobam currículo, recursos e infraestrutura.

A cultura maker está entre nós, e este conceito surgiu da vontade e necessidade das pessoas de construir, consertar, modificar e produzir objetos por conta própria. O surgimento de novas tecnologias como a placa Arduíno, impressoras 3D, cortadoras a laser e kits de robótica incentivou e popularizou esse movimento.

Sendo assim, vejamos agora como esse conceito foi aplicado nas escolas e os aspectos que envolvem a criação de um Laboratório Maker.

O que são Laboratórios Maker?

Laboratórios Makers são espaços montados dentro de escolas e universidades, compartilhados e voltados para que os alunos transformem a teoria em prática.

É um lugar onde criações e ideias podem ser construídas de forma rápida e barata. Podem ser brinquedos, robôs, aplicativos, enfim, tudo que for da vontade desses alunos. Sendo este ambiente destinado a dar suporte a estas realizações.

É importante que os Laboratórios Makers sejam focados nos alunos, e não em máquinas, para assim proporcionar uma possibilidade de aprendizado abrangente e inovadora.

Este espaço tem que zelar também por alguns princípios, como:

  1. Liberdade de criação;
  2. Inovação;
  3. Compartilhamento de projetos;
  4. Trabalho em equipe.

Em ambientes makers, não pode existir cobrança impositiva de que certo projeto “tem que dar certo”. O professor tem que estar sempre por perto para passar a base teórica necessária para os alunos, nunca podando a criatividade, mas sim incentivando para que inovem cada vez mais.

Neste ambiente os móveis são bem específicos e direcionados às atividades que lá serão desempenhadas.

Laboratórios makers propiciam um aprendizado multidisciplinar, que estimula uma abordagem mais pessoal de problemas e dessa forma desperta nos alunos:

  • O prazer pelo trabalho e a busca de conhecimento;
  • Autonomia;
  • Afloramento da iniciativa para investigar.

Laboratórios Maker – Onde se aprende como fazer (quase) qualquer coisa

Foto: Christopher Pett - BY CC 2.0

História e tecnologia trazem-nos uma nova forma de revolução: a digital. Iniciou-se com computadores pessoais, para depois passar para a comunicação digital, como telefones celulares.

Agora, a próxima revolução está acontecendo no campo de bens manufaturados, com a expansão da possibilidade de fabricação digital.

Os laboratórios maker utilizam estas máquinas e ferramentas de fabricação digital, estimulando indivíduos a criarem e serem protagonistas neste processo.

Também encontramos laboratórios fora da escola montados por pessoas e instituições incentivadoras desta cultura. São os chamados Fab Lab’s (Laboratórios de Fabricação).

Lá, pessoas de idades e formações diferentes podem se tornar membros e contribuir com projetos que estão sendo realizados, ou trazer as próprias demandas.

O primeiro dos laboratórios maker, que também inspiraram os Fab Lab’s, foi fundado no MIT (Massachussets Institute of Tecnology).

Sua criação derivou de um curso realizado lá em 1998 chamado “Como fazer (quase) qualquer coisa”, oferecido pelo professor Neil Gershenfeld aos alunos do instituto.

Nestas aulas, máquinas de fabricação digital eram manipuladas pelos alunos, proporcionando a confecção de uma vasta gama de objetos.

A utilização destes laboratórios nas instituições de ensino desenvolve nos estudantes algumas habilidades, como por exemplo:

  • Tornar o aluno um vetor de empoderamento, fortalecendo a ideia de autonomia, e estimulando uma atitude ativa;
  • Trazer para a aula a aprendizagem da prática da tecnologia, focando no fazer, e permitindo que exista espaço para errar, sempre com abordagem transdisciplinar e colaborativa;
  • Responder questões e problemas locais, da comunidade no entorno da escola, integrando-a desta forma com a sociedade;
  • Valorizar sempre a inovação e o espírito empreendedor.

Infraestrutura para a proposta maker

Foto: Chrstopher Pett - BY CC 2.0

A infraestrutura de um espaço destinado a cultura maker deve estar em plena harmonia com projetos que lá serão desenvolvidos.

Isto exige um novo tipo de mobiliário escolar, que agora possui funções que não eram contempladas anteriormente e que deve comportar equipamentos muito distintos.

Não é raro laboratórios maker terem cortadoras a laser e impressoras 3D, o que permite trabalhar com diversos materiais, como plástico e madeira.

Para criar um espaço ideal para a metodologia, devemos considerar os seguintes aspectos:

  • Móveis escolares móveis e flexíveis;
  • Grandes superfícies de trabalho;
  • Possibilidade de trabalho em pé;
  • Grande quantidade de espaço de armazenamento;
  • Locais de exposição e anotações;
  • Piso antiderrapante;
  • Boa iluminação;
  • Regras de segurança;
  • Revisão da instalação elétrica.

Entre outros.

Dicas para implantar a mentalidade maker

Laboratórios maker não são apenas uma questão de máquinas e tecnologia, mas também de mudança de mentalidade e de comportamentos.

Além da infraestrutura, a cultura escolar deve também ser modificada para que a proposta pedagógica esteja alinhada com essa nova metodologia.

Diante disso, compilamos algumas dicas para adequar planos e projetos, assim como o mobiliário escolar a metodologia maker:

1. O entorno escolar

Utilize a comunidade em torno da escola ou universidade como um elemento de engajamento. Quais são suas necessidades e interesses? De que forma os projetos desenvolvidos nos laboratórios maker podem ser úteis para resolver problemas desta comunidade?

Esta abordagem incentiva os alunos a trabalhar com problemas reais, aumenta o sentido de colaboração e permite a verificação de resultados reais no cotidiano da escola.

2. Envolvimento

Envolva professores e alunos no planejamento das atividades no espaço e depois deixe que os alunos exerçam a sua criatividade e construam suas ideias dentro do tema proposto.

Permitir que os alunos exerçam sua autonomia e trabalhem os conteúdos que tem maior interesse enfatiza a busca por conhecimento como uma atividade prazerosa e recompensadora.

3. Equipamentos

A escolha dos equipamentos e máquinas deve ser realizada em função das atividades e projetos que serão trabalhados no ambiente. Vale pesquisar no mercado para definir as melhores tecnologias pois existe uma grande oferta de produtos com características e qualidades muito diferentes.

Por exemplo, se o foco do laboratório será em programação seria mais interessante investir em placas e kits de robótica do que em uma impressora 3D.

4. Integração

Integre sempre as atividades realizadas no laboratório com práticas pedagógicas já estabelecidas. Isso reduz a dificuldade de adaptação e garante o atendimento do currículo pré-definido.

5. Objetivos

Tenha objetivos pedagógicos claros. Lembre-se que a cultura maker não é um ‘instrumento de marketing’, mas sim, uma abordagem diferente que aproxima os alunos dos seus interesses de maneira prática com o objetivo de melhorar a sua educação.

Diante do evidenciado neste artigo, concluímos que introduzir a prática maker na escola traz diversos benefícios como:

  • Estimular a aprendizagem;
  • Incitar a investigação;
  • Aumentar a colaboração;
  • Desenvolver habilidades técnicas;
  • Levar ao aprimoramento de competências socioemocionais.

Habilidades essenciais para a formação de cidadãos comprometidos com o ambiente em que vivem e profissionais com habilidades que atendem as novas demandas da sociedade.

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